Por Ti suspire minha peregrinação

Lucas Ventura
2 min readNov 16, 2021

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(O Peregrino)

Nos últimos dias tenho pensado o que norteia a atual geração de cristãos. Minha percepção é de que nesses últimos tempos não temos tratado o cristianismo como um Caminho, mas apenas como uma pousada.

Nossas preocupações não têm ligação com a eternidade, tem, na verdade, ligação com o aqui e o agora. Nossos cultos refletem isso; nosso estilo de vida, idem. Nos preocupamos com minúcias e nos prendemos a tolices.

Os cultos nada mais se tornaram do que um afago ao ego, e uma massagem ao dodói do coração, sem tratar da chaga mais cruel do ser humano, o pecado. Ultimamente, nada mais nos afasta de Deus, nem mesmo nossas mazelas e falta de arrependimento. Muito apelo e pouca transformação.

Consequentemente, nosso estilo de vida não sofre impacto, afinal de contas, não é necessário mudar nossas ações, uma vez que Jesus nos aceita como somos – e, pelo jeito, esse Jesus não exige uma transformação de conduta.

O cristianismo tem sido ansiolítico, como diria C.S. Lewis. O discipulado não requer nenhum cálculo ou entrega, você pode seguir a Cristo à sua medida. Jesus não nos leva a uma vida eterna, apenas a uma vida boa ainda neste mundo quebrado.

Nos contentamos com muito pouco! E não entendemos nada do que o cristianismo de fato significa. É muito mais fácil tratar a religião como uma pousada, e não como um caminho.

Não se engane, Jesus prometeu uma caminhada dura. A conversão é uma mudança de rota, e não uma praça de descanso, enquanto apresentações acontecem. Fortaleça os tornozelos frágeis, e siga em frente! A volta de Jesus não é uma fuga para nós, mas o maior anseio que podemos ter nesta vida.

"(...) a uma coisa estou resolvido, isto é, a correr enquanto possa; e quando já não possa correr, caminharei devagar; e quando isto me seja impossível me arrastarei, pois quanto ao essencial, graças Àquele que me ama, estou decidido." - John Bunyan, O Peregrino.

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